RetrôTV 2019: Globo (100º ARTIGO!!!)

E saímos de São Paulo rumo ao Rio. De avião? Não, pela Rodoviária do Tietê, que a coisa tá feia. Vamos comemorar a postagem nº 100 deste despretensioso blog chamado TVer Ou Não TVer no balanço do busão. Destino: o Projac. Ou como dizem os mais aficionados ao termo: os Estúdios Globo.



A Globo foi a protagonista do ano no quesito televisão. Muitos falaram bem, outros falaram mal... Mas o que impressiona mesmo é a falta de pretensões de uma vaidosa Vênus Platinada que pouco saiu do comodismo. O medo de perder artistas de renome para a Netflix é ridículo. O Globoplay foi criado para sanar estas perdas ou não?

Bem, tem alguns porém que não fariam tanta falta assim. O Vídeo Show, amaldiçoado pela Venenosa, foi extinto. A Sessão da Tarde foi empurrada pra mais cedo, também não deu certo. Aí inventaram uma merda chamada Se Joga. É pra se jogar mesmo... no abismo. O programa é tão mal-formatado que nem Paulo Vieira, um grande humorista, salva essa bosta. Ninguém entendeu que o quadro "Isso é Muito Minha Vida" é o mesmo "Emergente Como a Gente" que ele fazia na RecordTV, no falecido Programa do Porchat (que Deus o tenha), só que com a plástica global de humor.

Plástica também mal-feita. Entregar um poderio bélico desses nas mãos de Marcius Melhem foi a pior decisão já tomada. Ele era bom frente às câmeras. Atrás dela, se tornou um péssimo exemplo. Tanto que desencadeou, no fim de 2019, uma onda de críticas quanto à questão do assédio a muitas atrizes e/ou humoristas que passaram por lá. Dani Calabresa, por exemplo, saiu da patacoada chamada Zorra por causa de Melhem. Falando nisso, a Zorra tá no ar ainda? Nossas condolências ao humor de verdade.

O jornalismo cada vez mais isento ganhou uma força irrisória. Nem o mais pobre dos jornais locais escapou das críticas do casal Bolsonaro-Lula. Este casal, com a bênção do Bispo Macedo, tem o mesmo plano em comum: destruir a Globo. O Jornal Nacional completou 50 anos no final desta maldita época de fogo que começou em 2015 e só acaba em 2020.

E às novelas, restam meus parabéns a Walcyr Carrasco, que fizeram os críticos engolirem abaixo A Dona do Pedaço; a Rosane Svartman e Paulo Halm, que conseguiram fazer de Bom Sucesso uma trama onde crítica e público finalmente concordem em algo; e, por quê não, a João Emanuel Carneiro. Embora a melhor história dele tenha sido escrita em 2008 (A Favorita), Avenida Brasil continua sendo um fenômeno de audiência, por mais que esteja sendo reprisada.

2020 está às portas. E, para nossa tristeza, a trama erroneamente chamada Amor de Mãe continuará no ar. O povão raiz não liga pra qualidade da trama. Se fosse por esse critério, a história estaria atingindo picos de 40 a 43 pontos mesmo no final do ano. Mas não é bem assim. Temo que aconteça o mesmo com Lícia Manzo, acostumada a escrever tramas tão despretensiosas como este blog. Em Seu Lugar pode se tornar um novo fracasso, e apostar no já mencionado Carneiro para sucedê-la é outro tiro no pé. Há muito Carneiro vem errando a mão. Se Walcyr precisar voltar, contem com meu apoio. Enquanto o público estiver gostando, dane-se a qualidade.

Este critério não se aplica ao entretenimento. Se Joga e É de Casa deviam sair do ar já. E os fãs me perguntarão: mas e a Ana Furtado? Bem, ela só está ali por causa do marido. Como Boninho é muito workaholic, pode criar pra ela um canal no YouTube. Ali ela ia fazer muitíssimo sucesso. E se o Se Joga continuar no ar, para nossa tristeza, podem contratar o Maurício Meirelles de volta. A fama de pé-frio dele já acabou com o ótimo CQC, com o péssimo Pânico Na Band e com o supracitado Vídeo Show. Quem sabe ele não acabe com o Se Joga também...
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E finalmente, para encerrar de vez esta edição do RetrôTV e este centésimo artigo, agradeço a todos vocês que compartilharam este blog com seus amigos, vizinhos e rivais (por quê não?). Encerro a folha corrida de 2019 do TVer Ou Não TVer pra voltar só em 2020. E, se Deus assim permitir, tudo o que eu falei que pode acontecer a partir de 15 de janeiro vai acontecer. Se for da vontade do Criador, o processo de encerramento da época de fogo da TV brasileira será do jeito que eu escrevi.

Então, fiquem com Deus, fiquem com meu beijo e tchau!

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