Um contra milhões
Ex-Pânico, hoje ator global, quer arranjar treta já cedo
Pois é, meus amigos. Nossa volta ao trabalho nos trouxe preocupações. Afinal, apropriando-se do método Zagallo, "Se Joga é um lixo" tem 13 letras. E este também é o número de dias para o início da revolução da TV aberta, que significa em outras palavras o fim da época de fogo da TV brasileira.
Mas há quem defenda esta porcaria que ainda está no ar. Eduardo Sterblitch, brilhante como o Zeca da enésima versão de Éramos Seis e retratado em foto acima, não foi nada feliz em desejar algo para o 2020 do Brasil. Diz o cara: "(...) E desejo ao Se Joga que em 2020 seja um ano que todos aqueles recalcados e haters que odeiam o programa, engulam sua própria língua (...)".
Olha, Freddie Mercury prateado, se quisesse realmente ocupar o posto de Fabíola Reipert nos descansos da mesma, teria dito isto à Venenosa. Ou se quisesse ir para o SBT, diria isto para o Fofocalizando, outra merda que engolimos abaixo desde 2016. A verdade dói, mas a mentira fere. E eu prefiro a dor.
O Se Joga teve raríssimos triunfos contra os Balanços Gerais das afiliadas da RecordTV. O mais recente, frise-se, foi na véspera de Natal. Seria um milagre? Não, foi só falta de opção mesmo.
Olha, há mais de 100 milhões de brasileiros (aos quais me incluo) que suam a camisa pra pagar água, luz, telefone e internet. Não conseguem economizar, pois tem que comprar comida e roupas. Quando vão ver o balancete final, não sobra dinheiro algum pra negociar um serviço de TV a cabo e nem pra comprar um pacote de streaming, que é a mesma coisa da TV por assinatura, só que com um frescor a mais.
E não foi pensando nesses brasileiros que o Se Joga foi criado, não. Foi pra alimentar um desejo incontido de derrotar a RecordTV, sua inimiga fidagal há 28 anos. O Se Joga é um arremedo de Vídeo Show. Aliás, se levarmos em conta, o verdadeiro Vídeo Show foi jogado às traças em 2014, quando tentaram revolucionar o formato e enfiaram o chatíssimo Zeca Camargo no meio.
A Sessão da Tarde também comprovou que só tem força pra encarar a RecordTV quando o filme é palatável. A única sessão capaz de derrotar as Venenosas do país, o Vale a Pena Ver de Novo, está jogada às 16h45. Tem uma audiência invejável, mas dependendo da regularidade da temporada de Malhação que estiver no ar, a média cai por terra.
Então, Sterblitch se lançou a uma guerra da qual o Se Joga é perdedor desde seu início. Ou seja, esta praga não vai dar em nada. E pior: pode se voltar para o Se Joga que, segundo consta, vai tirar "férias". Quando? O programa está no ar até agora! Essas férias podem ser transformadas em extinção. Mas vão por o quê no lugar?
A Sessão da Tarde não dá, porque eles já viram que deu zebra. Tampouco o Álbum da Grande Família, que a meu ver, poderia simplesmente mudar o patamar da audiência global se colocado entre janeiro e abril, no lugar da temporada de Malhação, para que a nova temporada viesse logo depois.
A única solução que a Globo tem pra derrotar a RecordTV é justamente o Vale a Pena Ver de Novo, que se colocado às 13h55, fundindo o Globo Esporte com as edições locais e mantendo o Jornal Hoje com uma hora de duração, mas começando às 13h, e esticando o capítulo da novela em reprise até 15h20, pode dar certo.
Mas manter o Se Joga no ar já é uma praga pros 100 milhões que, sem saída, ou assistem o que estiver passando no SBT ou os Balanços Gerais das afiliadas da RecordTV. Por isso, um recado ao Sterblitch: que o seu 2020 seja muitíssimo melhor que o Se Joga. E outro recado, desta vez à Hora da Venenosa, dado pelo próprio Sterblitch: "(...) que em 2020 seja um ano que todos aqueles recalcados e haters que odeiam o programa engulam sua própria língua".
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