GBT [Gian Brincando de Televisão]: RECORD

Hora de colocar as programações das televisões brasileiras em pratos limpos! Bem-vindos ao...


Hoje, aterrissamos em São Paulo. Mais especificamente na Barra Funda (ou barafunda, como queiram) para falarmos sobre a atual vice-líder de audiência, a Rede Record.

A emissora mais antiga em atividade do país (sim, em atividade, porque a Tupi faliu em 80 e, supostamente, estão querendo reativá-la) é, desde novembro de 1989, administrada pela Igreja Universal do Reino de Deus (embora, até hoje, tentem dissociar uma da outra nos bastidores). Ou seja, há 35 anos, a emissora está nas mãos do Edir Macedo. 
Até 2013, a programação até tinha alguns atrativos. Porém, desde que o "casal blindado" Renato e Cristiane Cardoso passou a administrar a emissora, tudo tem ido por água abaixo. Todas as decisões tomadas por eles (ou quase todas) têm sido questionadas. E com razão, pois eles entendem mais de casamento que de programação de TV.

Por isso, estou aqui pra dar uma consultoria de graça ao casal em questão. Não precisam me contratar, não precisam me pagar pra isso... apenas coloquem isso em prática que vai ser melhor pra vocês. Ou melhor: se quiserem, podem fazer o mesmo movimento que a Daniela Beyruti fez no SBT, me contratando para ser "consultor".

O que primeiro precisa ser feito é diversificar a grade diária, não apenas o final de semana. Jornalismo grosso tem que ser deixado na Record News. Não adianta nada ter um canal "24h de notícias" e transmitir jornalismo ao vivo no canal principal quando o povo clama por uma grade coesa e competente em vez de um jornal "espreme que sai sangue".

É lógico, porém, que o jornalismo ao vivo deve ser o carro-chefe da emissora, mas não exageremos. É sabido, também, que a maior audiência atualmente da Record é uma novela turca chamada Força de Mulher, que até chegou a bater 12 pontos em Salvador (índice que Reis nunca fez), mas nenhum avanço a nível de produção nacional foi feito, tanto é que Reis ainda tem mais duas temporadas a serem exibidas em TV aberta.

Por isso, é que estou dando esta sugestão. Não entendam como puxão de orelha, até porque não tenho moral pra isso, mas é preciso que a Record dê essa sacudida na grade. A começar que o Balanço Geral local das manhãs de SP, às 05h, é transmitido como uma abertura de programação em rede nacional, o que é um erro crasso. Quem, a essa hora, assiste a Record via TV Pajuçara em Maceió tá se lixando pro que acontece na maior metrópole do país.

Por isso, e em nome da audiência, recomendo que as temporadas inéditas de Reis e demais produções teledramatúrgicas de cunho bíblico sejam exibidas nesse horário. Até porque não quebraria o raro público que estava assistindo à programação da IURD desde 01h15 e, consequentemente, daria margem para as afiliadas exibirem seus telejornais locais a partir das 06h, levando-os ao ar até 07h30.

Entraria, das 07h30 às 09h, o Fala Brasil, mantido no mesmo formato, secundado pelo Hoje Em Dia (09h-11h), num formato mais leve, que deixe de priorizar o jornalismo policial e passe a focar na lacuna que o Chega Mais, do SBT, deixou.

Como o Brasileirão passará a ser exibido também pela Record, é de vital importância que se tenha um programa esportivo diário. Sim, programa esportivo. Não um bloco dentro do Balanço Geral, que não passa de um jornal policial local, nem uma mesa-redonda escrachada como o Jogo Aberto, da Band. Programa esportivo. Diário.

Entre 11h e 11h45, em rede nacional, poderia ser reeditado o Esporte Record para, aí sim, entre 11h45 e 14h, os Balanço Geral das afiliadas serem exibidos. E por que até às 14h? Porque, para enxugar custos, devia-se transformar A Hora da Venenosa em programa independente, transmitido em rede nacional, vide que é um case de sucesso em todo o país há mais de 10 anos (lógico que a audiência diminuiu em comparação a 2014, mas isso é o método IBOPE que está obsoleto com o passar do tempo).

A Venenosa seria exibida até 15h, quando começariam as reprises de novelas contemporâneas  ou exibição de novelas estrangeiras, inéditas ou não (15h-16h e 16h-17h). Às 17h, a Record deveria dividir novamente a rede (que manteria, de alguma forma, o Cidade Alerta apenas para as praças) para retomá-la apenas às 19h, com a transmissão do Jornal da Record, que (assim como nos anos 80 e 90) teria uma hora de duração e, às 20h, seria exibida uma novela turca inédita.

Após a novela turca, às 21h, uma produção nacional inédita seria uma boa pedida. Mas nada de novela bíblica; a audiência já está completamente saturada. Tem que ser uma novela contemporânea, com toques de Vidas Opostas e Prova de Amor, por exemplo, e com autores tarimbados, de preferência, sem qualquer intervenção direta ou indireta da Igreja Universal e/ou do "casal blindado".

E a faixa nobre da emissora, com esta movimentação, poderia ser adiantada para 22h, aproveitando-se da crise de audiência que passa a faixa das 9 da Globo. Porém, sendo bem sincero, esqueçam A Fazenda ou Power Couple. Os realities já não tem mais a mesma repercussão que tinha há tempos atrás. O que é que eu sugiro? Uma volta ao passado sem deixar de lado o presente.

Às segundas-feiras (22h-23h30), também aproveitando-se do boicote da maioria dos sertanejos à Rede Globo (vide o caso Gusttavo Lima), a Record poderia voltar a produzir o Especial Sertanejo, seja com Marcelo Costa, seja com Donizetti, ou o Raízes do Campo, que Chitãozinho & Xororó comandaram tão bem na época do A Caminho da Liderança. Após o programa em questão, uma série americana (23h30-00h15) para tapar buraco.

Às terças-feiras (22h-23h15), levando em consideração que Ronnie Von está sendo muito mal aproveitado na RedeTV, ele poderia ser contratado pela emissora para reviver o Sinal de Vida, programa semanal que ele comandou com maestria nos anos 90. E, após ele, a reprise de alguma série que a Record tenha produzido (23h15-00h15) ou uma série nacional de alguma TV por assinatura ou streaming.

Às quintas-feiras (22h-23h45), poderia se trazer o Show do Tom de volta, com o mesmo formato que o consagrou, e logo após (23h45-00h15) poderia se trazer alguma sitcom estrangeira para tapar buraco. E às sextas-feiras (22h-23h15), adiantando-se em relação à maior concorrente, poderia se exibir o Câmera Record, aproveitando que tal programa sairá dos domingos da Record, sendo secundado por alguma série policial, tipo CSI, por exemplo (23h15-00h15).

E após esta faixa nobre, entre 00h15 e 01h, o JR 24h seria fixado para atualizar as notícias já dadas nos jornalísticos anteriores da emissora. Ele encerraria a programação normal, entregando para a faixa da IURD que passaria a ser exibida entre 01h e 05h.

Mas vocês repararam que eu excluí as quartas-feiras da faixa nobre? Sim, e fiz de propósito. Afinal, as partidas do Brasileirão, especificamente neste dia, serão exibidas a partir de 19h45, logo após o Jornal da Record, ou seja, as novelas exibidas às 20h e às 21h, respectivamente, seriam exibidas na sequência da transmissão, às 22h15 e às 23h15, entregando diretamente para o JR 24h"Ain, mas e se não tiver jogo na quarta?" Simples, as novelas continuam em horário normal, com os capítulos de ambas sendo esticados em 7 minutos e 30 segundos cada para, às 22h15, entregar para o Cine Record Especial.

Aos sábados, a programação da IURD se estenderia até 08h. Para a audiência, isto seria covardemente catastrófico, mas seria uma solução caseira para o que viria a seguir. Às 08h, o Brasil Caminhoneiro seria exibido. E após ele, a atual edição de sábado do Fala Brasil poderia ser substituída por uma revista eletrônica nos mesmos moldes da mesma. O título? Ah, eles que inventem. Não pode sair algo mais genérico do que Domingo Record, por exemplo.

Tal revista eletrônica seria exibida até 11h45, dando espaço às grades locais para retomar a rede às 14h. Neste horário, se concentraria alguma atração que visasse competir com a concorrência. E por isso, trazer o polêmico Gilberto Barros de volta a emissora pra comandar alguma atração nos moldes do Quarta Total ou da primeira versão do Domingo Show seria uma boa pedida, sendo tal programa exibido até 18h.

Às 18h, poderia ser exibida a Patrulha do Consumidor, agora como programa independente, sendo secundada pelo Jornal da Record e pela novela turca. Às 21h, deveria ser exibido o Cine Maior, com filmes que pudessem ser de classificação indicativa Livre até 14 anos, e às 23h, a Tela Máxima, com filmes "mais pesados" para a audiência, entregando à 01h para a IURD que, uma vez mais, terminaria sua faixa de programação às 08h de domingo.

Às 08h, a grade local seria exibida até 11h, como é até hoje em algumas afiliadas. E aqui é que está o segredo: entre 11h e 12h30, o Record Kids poderia ser exibido em rede nacional, incorporando o Pica-Pau e as séries Todo Mundo Odeia o Chris e Eu, a Patroa e as Crianças, esta que se tornou seu mais novo curinga na grade. Entre 12h30 e 14h30, poderia ser exibido o Cine Aventura, que seguraria a audiência da barra trazendo filmes infanto-juvenis para a garotada.

E aí está o detalhe: como A Fazenda já não estaria mais sendo exibida e o horário entre 14h30 e 17h30 estaria completamente vago, aqui Adriane Galisteu se encaixaria muito bem, vide que ela já teve uma grande experiência com programa de auditório no É Show, atração esta que poderia voltar exatamente nesta faixa, sendo secundada, aí sim, pelos jogos do Brasileirão, cuja transmissão começaria às 17h30.

Após o jogo, a grade seguiria normalmente com o Domingo Espetacular às 20h15, o Debate Bola (se é que será este o nome da mesa-redonda esportiva que estão propondo para as noites de domingo da emissora) às 22h30 e alguma série tapa-buraco à meia-noite, que entregaria para a IURD à 01h.

Viu só, Bispo? É tão mais simples fazer esta revolução na grade do que continuar dependendo da ausência total de conhecimento de alguns membros da IURD infiltrados na confecção da programação da Record para, em termos bíblicos, esperar que Deus faça a parte d'Ele sem a emissora fazer a sua.

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