A soberba precede a queda?
Como diria Sandra Annenberg: "Que deselegante!"
As provocações baixas proferidas pela Globo em meio ao Upfront 2026 apresentado ao mercado publicitário demonstram que, na prática, aquela Globinho paz-e-amor nunca existiu. A puxação de saco às rivais em reportagens nos seus produtos jornalísticos não passaram de blefe. Sempre houve uma Globo soberba, dominante, que pisa nos pequenos sem dó nem piedade.
William Bonner, que em novembro deixará o Jornal Nacional após 29 anos, dos quais 27 como editor-chefe, e que começou sua carreira televisiva, ironicamente, na Band, provocou sua primeira emissora. "No ano que vem a Fórmula 1 está na Globo. E vocês sabem o que é Fórmula 1 ainda, né?" Lógico que sabem! A Band fez o que a própria Globo já não fazia entre 2014 e 2020 e não vai fazer a partir do ano que vem, que é transmitir os treinos livres e classificatórios, corridas Sprint, pré e pós-corridas em TV aberta.
Ainda, uma tal Renata Vanzetto, que não conheço e nem pretendo conhecer, tamanha a arrogância com que se promoveu, falou sobre o Chef de Alto Nível, apresentado por Ana Maria Braga: "Para vocês terem uma proporção, um episódio nosso deu mais audiência que todas as temporadas do MasterChef juntas".
Só que há uma abismal diferença entre o Chef de Alto Nível e o MasterChef. Enquanto o formato global só começou agora e só se sustenta por causa justamente da Ana Maria, o formato transmitido pela Band desde 2014 está consolidado na grade, com diversas temporadas envolvendo crianças, adultos, profissionais e "celebridades". Tá certo que nunca conquistou 15 pontos de média (o que, aliás, a Band só consegue com as transmissões de futebol), mas Erick Jacquin tem muito mais bagagem televisiva que essa Renata aí.
E Eduardo Sterblitch, eterno defensor do fracassado Se Joga, conseguiu provocar a HBO Max e, por tabela, a Band. Tudo porque, puxando o saco do refake (termo utilizado para remake que não funciona de alguma forma) de Vale Tudo estragado por Manuela Dias, deu uma alfinetada nada sutil em Beleza Fatal, novela de 40 capítulos produzida por nomes ex-globais para a HBO Max e... transmitida pela Band esse ano, dizendo que a vilã Lola (Camila Pitanga) era a "Bebel da 25 de Março". O que este jacu ignora é que Beleza Fatal foi um fenômeno no streaming e nas redes sociais, superando a repercussão do flop Mania de Você, que, inexplicavelmente, foi indicada ao Emmy Internacional de Melhor Novela.
Ou seja: por causa destas três cutucadas infelizes, duas diretas e uma indireta na Band, é óbvio que o Upfront falhou em seu principal objetivo. Foi até anunciado que Eliana ganhará um programa aos domingos, que o debate com os candidatos à presidência ano que vem vai ser transmitido no lugar da novela das nove, que já tem histórias sobre as novelas novas... mas só o NaTelinha falou sobre isso. Todo mundo, na verdade, tá falando dessas atitudes arrogantes que vocês leram aí em cima. De que adianta apresentar números exaltando a sua grandeza ao mercado publicitário quando o comportamento, sobretudo em épocas de tecnologia avançada, também conta pontos importantíssimos?
E mais importante: por que não cutucar também o YouTube, que, levando em consideração os atuais parâmetros, é seu maior concorrente hoje em dia? Tem medo de levar chumbo, sendo que, no próprio YouTube, já concorre com a CazéTV? Ou seja: inevitavelmente, mais uma vez, terei que concordar com o Craque Neto. A Band jamais terá a mesma audiência que a Globo, mas a Globo ter o mesmo case de sucesso que o MasterChef, isso sim é inviável. Várias tentativas no ramo de realitys culinários resultaram em mais fracassos que êxitos. E, repito, o Chef de Alto Nível só não é um deles por causa da Ana Maria Braga. Ponto.
Por tudo isso, não duvido que a Globo seja destronada muito em breve na TV aberta e no streaming, vide que, nas redes sociais, ela já não tem tanta simpatia há muito tempo. A pergunta do título deste artigo será respondida pelo tempo, do qual Deus é dono.