O SBT FALIU [14º capítulo]

O capítulo vai ser longo, já vou avisando!

Nem o marasmo da Anhanguera está servindo pra impedir o progresso da novela-reality...
Atendendo a uma sugestão de roteiro do sempre ativo Êgon Bonfim, falaremos sobre o que está passivo no Sistema: a linha de shows, programas de auditório ou, como os críticos estão relutando em dizer, a "casa do cassête" do SBT.

Nem na casa da Mãe Joana se viu tamanha bagunça em relação ao que Silvio Santos diz tratar como filé mignon o que, de uns tempos pra cá, não passa de uma carne totalmente mal-passada. Afinal, o administrador supremo do Sistema entra em férias. E a lei, que já caducou nas demais redes, continua vigente no SBT: quando o patrão tá de férias, todo mundo tem que entrar de férias também!

Ou quase todo mundo. O jornalismo é o único que não entrou. Nem o Fofocalizando, primo pobre do Se Joga global, escapou do Código Civil abravaneliano. Tanto que repetiu fofocas já disparadas ano passado. E pior: das atrações em reprise, 90% delas ganham todas da RecordTV, sua principal concorrente. Os outros 10% que perdem são as do domingo, excetuando claro, as de Silvio Santos.

E óbvio, apenas em março a linha de shows volta com programas inéditos, ao vivo ou não. Afinal, são poucos os que relutam em criticar as decisões do patrão. Mas espera aí: se o Fofocalizando também pertence à linha de shows, por que cargas d'água teria que continuar no ar nas férias, requentando fofocas ou até mesmo ao vivo?

Jamais se viu tamanha covardia dos funcionários do alto escalão do Sistema. A força deles foi sugada pela máquina da família Abravanel. Íris, apesar de boa novelista, tem comandado a dramaturgia com mãos de ferro; as duas apresentadoras (Patrícia e Rebeca, porque Silvia é uma apresentadora fake) não arredam o pé da grade; as outras três são executivas e seu trabalho é desconhecido pela grande imprensa; o Tiago chegou agora, porém destoa dos demais.

E o modus operandi da linha de shows é sempre o mesmo: 50% do lucro vai pro patrão, os outros 50% fica com o apresentador. Gugu e Ratinho foram os que mais souberam lidar com esse formato. Não que Carlos Massa já não ganhasse rios de dinheiro na Record, mas com o patrimônio que conseguiu, lapidou um império tão forte quanto o de Silvio. Os carros-chefes do Grupo Ratinho... digo, Grupo Massa, são a Rede Massa, afiliada do próprio SBT no Paraná, e a rede de rádios FM, que transferiu sua sede de Curitiba pra São Paulo. Gugu também foi empresário, lançou brinquedos, quis ter uma rede de TV... Infelizmente foi o único sonho que ele não concretizou.

Os diretores do SBT não conseguem tomar decisões por si só, desde que Callegari era o estrategista da casa. Depois que ele saiu, ninguém mais segurou Silvio Santos, que não pode ver um diretor ter uma boa ideia pra se consumir de raiva, jogá-la no ventilador e aplicar sua mentalidade neandertalesca de rede.

Se o alto escalão da Anhanguera fosse um pouco mais esperto, fizesse o mesmo que fizeram na Apple. Steve Jobs foi um grande visionário, fundou a Apple e, mesmo assim, foi demitido da própria empresa. A fama dele não diminuiu depois disso, muito pelo contrário. Ele foi valorizado e continuou rico até perder sua batalha contra o câncer em 2011 (para nossos pêsames).

Por que não repetem o feito da Apple e demitem o Silvio também? Ele é o dono do SBT, mas e daí? Será que ele acha que são robôs que trabalham pra ele? Ele não pode mais interferir nas decisões de sua própria emissora.

Aliás, é bom lembrar: Silvio Santos está em observação pelo blog TVer Ou Não TVer desde a última vez em que precisou se afastar pra tratar da saúde. O patrão pegou tanta gripe seguida que, se a situação se agravasse, evoluiria para uma pneumonia. Até por isso, entre março e junho, ele não vai gravar tanto programa assim. Vai mesmo é fazer um bate-volta atrás do outro.

Como ele pode, o tratamento dele vai ser em Orlando. Caro para os nossos padrões, é fato. Silvio vai se tratar por lá durante quatro meses. Só durante ou depois do tratamento é que saberemos se ele volta de Orlando vivo ou não.

Portanto, aguardemos os próximos capítulos!
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Antes de encerrar: se Silvio assistisse a Salve-Se Quem Puder, criada e escrita por Daniel Ortiz, e visse o quão era infantilizada, teria poder de fogo pra convencer a Globo a continuar produzindo a novela e colocá-la no ar no SBT, substituindo Poliana antes que a personagem-título chegue aos 60 anos em 2075? Dúvida cruel, não?!

Comentários

  1. Qualquer semelhança com 1988 não é mera coincidência. SS conseguiu transformar o SBT no seu maior fã-clube, todos concordam com suas tomadas de decisão. Foi por causa disso que o Luciano Callegari pegou o boné, não concordava com a ele centralizando tudo. Agora, essa história de bate-volta, sinto que os médicos norte-americanos não vão deixá-lo voltar ao Brasil só pra gravar o programa. Aposto que o estoque de programas inéditos está acabando e a grade dominical SBTista poderá entrar em colapso caso SS permaneça 4 meses internado em sua mansão em Miami (ou alguma casa de praia pra lá da Flórida) com todas as mordomias e regalias possíveis como, do seu aposento dar ordens por telefone a seus funcionários tentando assistir a programação de sua emissora pela internet (até porque ele jamais autorizaria o SBT exibir sua programação pra fora do Brasil como Globo, Record e até pouco tempo Band, pelo fato dele poder andar livremente nas ruas do estrangeiro sem ser reconhecido pelo público marmanjo masculino que sempre lhe bajulou sem medir limites) bem como acompanhar os índices de audiência em tempo real.

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  2. Pelo que eu tenho visto (e estudado sobre), o Silvio vai acabar mandando reprisarem seus programas mais recentes à exaustão se não conseguir fazer o bate-volta. E o pior: levando em conta este período de marasmo no SBT, as reprises do programa de SS tem conseguido uma boa audiência (entre 8 e 11 pontos), tamanha a força hipnótica do "patrão".

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