Ininteligível
Recém-encerrada, A Dona do Pedaço foi massacrada pela crítica, mas aplaudida pelo público. Deu pra entender?
Que as opiniões dos críticos de televisão não batem com a audiência registrada de algumas atrações, eu já tava careca de saber. Aliás, este clichê mediático teve ainda mais peso desde o primeiro capítulo de A Dona do Pedaço, e continuou tendo peso ontem, dia do grand finale de mais uma receita de sucesso do professor Walcyr Carrasco. Embora a audiência ontem fosse ofuscada pela fatídica partida de Gugu, a Dona teve a mesma fórmula de outras escritas por Walcyr, como O Outro Lado do Paraíso e Êta Mundo Bom!, última escrita por ele às 18h.
Pois bem, minha mãe sempre diz, num português claríssimo, que toda novela boa que se preze deixa o último capítulo uma merda. Para os críticos, porém, esta história, especificamente, foi uma merda do começo ao fim. Mas vai dizer isso pra quem gostou da história. O povão aplaudiu de pé mais este incomensurável trabalho de Walcyr, que agora confirmou a fórmula que a crítica tanto bateu em cima: acontecimentos estrambólicos, tramas sem pé nem cabeça e de fácil identificação com o público.
A título de comparação com Amor de Mãe, sucedânea da Dona, essa fórmula não será seguida por Manuela Dias, autora que estreia na faixa das 21h. Segundo ela e seu incansável parceiro de rodagem, o diretor artístico José Luiz Villamarim, a novela não terá personagens 100% bons ou maus, diferente da Dona. Tampouco esperem um escapismo desta história. Ou seja, será uma espécie de "escopo da vida real".
Mas não custa lembrarmos: Segundo Sol e A Regra do Jogo, de João Emanuel Carneiro, Babilônia, de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, e até Cortina de Vidro, primeira novela escrita por Walcyr em 1989 e exibida no SBT, tinham a mesma proposta que Amor de Mãe terá. E todas elas deram com os burros n'água.
É claro que as redes sociais criaram seus fanfics pra Segundo Sol, mas a novela no todo foi uma bosta. E sua sucessora, O Sétimo Guardião, foi a pior trama que Aguinaldo Silva já escreveu em toda sua carreira. Se não fosse Walcyr ter salvo a faixa das 21h de outro fracasso, apesar da trama ininteligível, penso eu que até Silvio de Abreu pediria licença do posto de diretor de teledramaturgia para voltar aos roteiros de uma novela.
Amor de Mãe tá aí. A crítica já está elogiando. Mas eu duvido que vá dar certo na audiência, porque o povão mesmo, que não tem como pagar assinaturas de jornais ou internet em casa e tem dificuldades em arranjar emprego, não vai querer ver outro "escopo da vida real" depois de um noticiário pesado como o Jornal Nacional. Lamento, Manuela, mas o seu lugar pode não ser às 21h.
Que as opiniões dos críticos de televisão não batem com a audiência registrada de algumas atrações, eu já tava careca de saber. Aliás, este clichê mediático teve ainda mais peso desde o primeiro capítulo de A Dona do Pedaço, e continuou tendo peso ontem, dia do grand finale de mais uma receita de sucesso do professor Walcyr Carrasco. Embora a audiência ontem fosse ofuscada pela fatídica partida de Gugu, a Dona teve a mesma fórmula de outras escritas por Walcyr, como O Outro Lado do Paraíso e Êta Mundo Bom!, última escrita por ele às 18h.
Pois bem, minha mãe sempre diz, num português claríssimo, que toda novela boa que se preze deixa o último capítulo uma merda. Para os críticos, porém, esta história, especificamente, foi uma merda do começo ao fim. Mas vai dizer isso pra quem gostou da história. O povão aplaudiu de pé mais este incomensurável trabalho de Walcyr, que agora confirmou a fórmula que a crítica tanto bateu em cima: acontecimentos estrambólicos, tramas sem pé nem cabeça e de fácil identificação com o público.
A título de comparação com Amor de Mãe, sucedânea da Dona, essa fórmula não será seguida por Manuela Dias, autora que estreia na faixa das 21h. Segundo ela e seu incansável parceiro de rodagem, o diretor artístico José Luiz Villamarim, a novela não terá personagens 100% bons ou maus, diferente da Dona. Tampouco esperem um escapismo desta história. Ou seja, será uma espécie de "escopo da vida real".
Mas não custa lembrarmos: Segundo Sol e A Regra do Jogo, de João Emanuel Carneiro, Babilônia, de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, e até Cortina de Vidro, primeira novela escrita por Walcyr em 1989 e exibida no SBT, tinham a mesma proposta que Amor de Mãe terá. E todas elas deram com os burros n'água.
É claro que as redes sociais criaram seus fanfics pra Segundo Sol, mas a novela no todo foi uma bosta. E sua sucessora, O Sétimo Guardião, foi a pior trama que Aguinaldo Silva já escreveu em toda sua carreira. Se não fosse Walcyr ter salvo a faixa das 21h de outro fracasso, apesar da trama ininteligível, penso eu que até Silvio de Abreu pediria licença do posto de diretor de teledramaturgia para voltar aos roteiros de uma novela.
Amor de Mãe tá aí. A crítica já está elogiando. Mas eu duvido que vá dar certo na audiência, porque o povão mesmo, que não tem como pagar assinaturas de jornais ou internet em casa e tem dificuldades em arranjar emprego, não vai querer ver outro "escopo da vida real" depois de um noticiário pesado como o Jornal Nacional. Lamento, Manuela, mas o seu lugar pode não ser às 21h.
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