O pega-pá-capá já começou
As estreias da semana mais agitada da TV no 1º trimestre
Não faria nenhum sentido postar um artigo segunda-feira falando sobre as estreias do dia. Por isso, decidi esperar e ver qual o rumo que três das quatro carroças que estrearam segunda iria seguir. E hoje, após cinco dias de teste, finalmente estou pronto pra falar sobre as estreias da semana. Até acho mais coerente em se tratando de programas diários.
A julgar pelo desempenho na audiência, o único que praticamente se manteve com um desempenho regular foi o BBB 22. A primeira semana deveria ser relax, principalmente na estreia. Mas dentro da casa, já peguei ranço de gente que gostava aqui fora, como o Tiago Abravanel, e peguei ainda mais ranço de quem já odiava aqui fora, a saber, Naiara Azevedo.
Na minha opinião (e é bom que se volte a frisar: o blog é meu e eu faço o que eu quiser), quem ganha é a Eslovênia. Embora Juliette a siga, não vai ser a mesma coisa. A Eslô, como é chamada pelo próprio perfil (que, confesso, sigo no Instagram), já é a planta mais carismática da casa e vai ganhar simplesmente por ser planta, disputando a final com a Laís (outra planta) e a Maria (que é uma concorrente carismática e vai ter muito mais forças pra chegar à final). Vinícius e Douglas Silva, dois dos favoritos ao título, vão fazer tanta cagada já a partir da próxima semana que o público, ao conhecer a verdadeira face de ambos, vai querer vê-los fora da casa (é o que mais temo, nesse caso).
A maior das novidades em relação aos anos anteriores é a chegada de outro nome vindo direto do jornalismo pro comando do BBB, assim como Bial em 2002. Tadeu Schmidt largou os cavalinhos nas mãos (e na careca) do Escobar e ficou nervoso já na estreia. Com o tempo, para minha surpresa, ele foi se soltando e agora está imprimindo seu próprio estilo de comando do reality.
Outra novidade, essa não tão legal assim, é a câmera embaçada do estúdio. Falta capricho por parte da produção. E como sabemos que, num reality, tudo acontece de maneira igual, ou seja, tretas, provas, festas e afins, escusado resumir a semana da casa mais vigiada do país. Média geral até aqui de 24,2 pontos.
Já na Band, o Faustão estreou prometendo um programa diferente por dia, o que de fato se cumpriu. O Domingão se dividiu em cinco. O único quadro que tem todos os dias (e no começo do programa, o que passou a ser raro de uns tempos pra cá) é o Cassetadas do Faustão, que sempre abrem caminho pro programa fluir do jeito mais Faustão possível.
Na estreia, onde Faustão alcançou 8 pontos em São Paulo e incomodou a Globo, algo que RR Soares jamais fez em seus 18 anos de Band (óbvio), ao invés dos prometidos Antônio Fagundes e Camila Queiroz, vimos Zeca Pagodinho, o primeiro convidado que foi realmente anunciado para o programa, além de Alexandre Pires e Seu Jorge. Uma trinca pesada que garantiu os 8.
Na terça 18, a estreia do Grana Ou Fama, cópia melhor elaborada do Se Vira Nos 30. O Trio (e o nome do conjunto é esse mesmo) foi o primeiro vencedor, levando a bagatela de R$ 25 mil pra casa. Média 6, com picos de 9.
Na quarta 19, fomos pegos de surpresa com a vinda de Whindersson Nunes, um dos caras mais divertidos do país (e que, mesmo prezando pela própria saúde mental, tem ainda muita lenha pra queimar). O piauiense participou do Arquivo Pessoal, também conhecido como Arquivo Confidencial (mas a Band não pode usar tal nome, que a Globo registrou no INPI e tem os direitos do mesmo até 2031). Média 5,6 com pico de 6,6 e queda inevitável para o quarto lugar.
Na quinta 20, data do passamento de Elza Soares (uma das maiores cantoras que nosso país produziu), tivemos o quadro Na Pista do Sucesso, uma espécie de Ding-Dong menos açodado. Média 5. Na sexta 21, algo que não se via na Globo: o Churrascão do Faustão, reunindo a "família Zueira" Leonardo, Zé Felipe e Virgínia. Não sei quanto foi a média ainda, mas deve ter sido uns 5 a 6 pontos.
É certo que a vice-liderança do Faustão só se deu no primeiro dia. Nos outros, o Diário Oficial da U... ops, Jornal da Record alcançou médias de até 9, recuperando a vice para a Record, única emissora que não estreou nada na semana. Mas que o Faustão deu muito mais que a novela portuguesa Nazaré e o missionário juntos, ah, isso deu.
Depois tivemos o Mil Perguntas, programa comandado por Zeca Camargo, que teve média 2 em todos os programas. Mas esse eu não vi, portanto não terá uma análise aprofundada deste que vos fala. Aliás, deixa eu explicar uma coisa: traço é de 0,5 pra baixo, o que a IURD dá de madrugada na Record.
E no SBT, tivemos finalmente a estreia de Se Nos Deixam. Depois de tanto falarem que iria estrear em novembro, no horário nobre, e de tanto enrolarem e esperarem por uma ligação de Silvio (que garante que vai voltar, mas...), a trama tão alardeada vem pra substituir Te Dou a Vida, que deu média 6,5 até aqui. É uma novela boa, com tramas tão bem amarradas quanto sua antecessora, e esperamos que uma outra novela inédita ocupe o lugar dela lá em maio.
Se Nos Deixam segue pelo mesmo caminho de Te Dou a Vida, embora o sucesso da teledramaturgia da Anhanguera não é uma estreia, mas a reprise de Carinha de Anjo, que conseguiu virar o jogo após a mudança de rumo da trama, na qual a freira Cecília resolve abandonar o convento e lutar pelo amor da sua vida. Até aqui, média de 7,5.
Espero que a qualidade das três grandes estreias desta semana não diminua com o passar do tempo e, com a ingenuidade de um careca "idiota", mantenho a viva chama da esperança em melhores números de audiência para as três.