RetrôTV 2018: Globo

Fala a verdade, pessoal: cês vão continuar engolindo essa bosta de "Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou..."?



Em homenagem ao Choque de Cultura: você achou mesmo que eu não ia meter o pau na Globo? Achou errado, otário! Tem nego lá dentro que não caiu a ficha ainda que a Vênus Platinada ia perder a liderança absoluta. Pois bem, se ainda não acredita, o IBOPE, velho colega de casa, pode dizê-lo com todas as letras: perdeu, playboy.

A emissora já não respeita nem a própria grandeza que a fez líder por décadas a fio. Na verdade, quando se fala em estratégia de programação, Boni, o especialista do assunto, já não está lá há 15 anos. Exatamente o mesmo período em que o Marinho-mor faleceu. E como faz falta um estrategista na Globo, hein!

A rigor, muitos produtos que perderam a identidade e já estão praticamente desgastados ainda permanecem no ar (Vídeo Show, Sessão da TardeVale a Pena Ver de NovoAmor & Sexo, É de Casa, Zorra, Esporte Espetacular e Supercine), outros estão no ar em horários errados (Os Melhores Anos das Nossas Vidas) e outros só tiveram o primeiro episódio exibido em TV aberta pra quem ficou curioso assinar o Globoplay sem ter um tostão nos bolsos (Assédio e Ilha de Ferro).

Quanto às novelas, então, seu Silvio perdeu a mão. Não falo do Silvio Santos (ainda), mas do de Abreu, chefão da dramaturgia da casa. Espelho da Vida tem praticamente todos os mesmos ganchos das demais novelas de Ms. Elizabeth Jhin (quando se lê todos, entenda-se todos mesmo). Vão recuperar o mote de Além do Tempo para recuperar a audiência. Deviam ter aprendido com Orgulho e Paixão, uma das melhores novelas do ano que, de tão injustiçada, não tem um ser vivente representando essa novela nos Melhores do Ano do Faustão.

Malhação: Vidas Brasileiras foi outro erro desde a concepção. Adaptação de uma série estrangeira (não, não é exportada do México), essa aí não vai dar as caras nem na ponte que partiu. Agora contam com o patrono vivo da ideia (porque Andréa Maltarolli infelizmente morreu há 10 anos), Emanuel Jacobina, pra 2019.

Às sete, Deus Salve o Rei não levou o título a sério e não se salvou do retumbante fracasso. Mesmo com atuações que trouxeram muitos à luz da fama, esta pérola paraguaia não fez nem a obrigação (30 pontos). Ao fim desta, veio O Tempo Não Para, que começou mais do que bem, mas roda em círculos e Mário Teixeira terá que se virar nos 30 pra não perder mais do que já perdeu. É uma missão, deveras, difícil.

Agora, o problema das nove é que o mesmo tema em várias novelas desde 2016 (nisso, se salva A Força do Querer) enlouqueceu de vez João Emanuel Carneiro, que não consegue se livrar do fardo de ser autor do fenômeno Avenida Brasil (como de fato o foi). Segundo Sol não foi lá aquelas coisas como os fanáticos acham. Até meu cunhado, provocador inveterado, vive cantando a merda do "Sal na pele" pra me deixar mais irritado ainda. O Sétimo Guardião está finalmente fugindo do mote, mas deve ter batido nostalgia no Aguinaldo Silva. Afinal de contas, ele está ressuscitando personagens de A Indomada e trouxe de Pedra Sobre Pedra "Entre a Serpente e a Estrela", do lendário Zé Ramalho.

Mas nada tira de Onde Nascem Os Fortes o título de melhor novela do ano (exceto por Orgulho e Paixão). Quer dizer, a própria Globo tira, por considerá-la série.

Ah, e a propósito, até quando vão esperar pra contratar gente responsável pra ajustar essa maldita grade e recuperar a liderança que estão perdendo aos poucos, tropa de pelegos?

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