ANÁLISE MICROSCÓPICA: Estreia - Silvio Santos

Pois é, meus amigos. Aqui estou eu, Gian Carlos, para mais um artigo com vocês. Hoje, este blog tem a subida honra de estrear um quadro novo: o Análise Microscópica. Este quadro será usado, uma ou outra vez, pelos principais blogs deste que vos fala: este e o Variante. O Análise Microscópica traz, como o nome delata, uma análise non-sense muito bem apurada. De entrevistas, principalmente.

O "muso inspirador" deste quadro é o meu conterrâneo Diogo Portugal, que criou a Fake Live no YouTube, trazendo políticos e personalidades importantes. Agora, a nossa cópia mal-feita vai ser baseada em entrevistas feitas sem áudio e/ou vídeo, apenas na escrita. E o convidado da estreia não é outro que não o protagonista da nossa novela-reality O SBT Faliu!, líder de audiência no "horário nobre" do TVer Ou Não TVer. Com vocês, Silvio Santos.


Pois bem, estou munido de uma entrevista que ele fez à revista VEJA em 1985. Como naquela época Bolsonaro era só um rato de laboratório na política, a VEJA tinha amplo apoio da extrema-direita. E é com esta base que começamos a nossa análise-entrevista de hoje.

Gian - Silvio, como você vê o SBT hoje? Você acha que com esse Triturando o SBT ameaça a Globo?
Silvio - Não, não podemos dizer que o SBT está ameaçando a Globo agora.
Gian - Era de se supor, o programa é muito ruim.
Silvio - Mas já tivemos bons índices antes...
Gian - Quando? A atração mudou de nome e formato várias vezes, e mesmo assim continua, com todo respeito, uma bosta!
Silvio - Nem tanto.
Gian - Pois bem, mudemos de assunto: o jornalismo. Depois de tantas posições que o jornalismo tomou contra Bolsonaro, você tenciona acabar com o SBT Brasil?
Silvio - Acho que não.
Gian - Mas você já cancelou uma exibição do SBT Brasil por causa do Bolsonaro e colocou a porcaria do Triturando no lugar.
Silvio - O povo acha sensacional.
Gian - Então você realmente acredita que o jornalismo não vale nada? Por quê?
Silvio - Quero aperfeiçoar os programas de maior faturamento. Mas também temos novelas, futebol e jornalismo, só que nenhum deles dá dinheiro. Televisão é um negócio como outro qualquer, e não é dos maiores.
Gian - Tá, mudando de assunto: a Record anda copiando algumas estratégias suas pra tentar falir primeiro que o SBT.
Silvio - Mas a Record não é minha, ela pertence a um outro grupo.
Gian - Eu sei, mas você e o Edir andam grudadinhos um no outro desde que você vendeu a Record pra ele.
Silvio - Mas legalmente não sou dono da Record.
Gian - Falando de negócios, o que você acha que o SBT tem que a Globo não tenha?
Silvio - Problemas administrativos e financeiros.
Gian - E você não decretou a falência do SBT por quê?
Silvio - Eu precisaria gastar quatro vezes mais do que estou gastando, o que me levaria à falência.
Gian - Mudando de pauta, Silvio, eu não ia tocar no assunto, já que esse é um blog sobre televisão, mas é quase impossível não falar sobre. Você realmente considera Bolsonaro como seu patrão. E sua ligação com ele rendeu uma indicação no Governo a um de seus genros, o deputado Fábio Faria. Como é que você vê esse apoio cego ao presidente?
Silvio - É o meu modo de pensar. Se um governante pode ser elogiado, elogiamos. Não gosto de críticas, pois acho que elas não levam a nada. O público que julgue os governantes. A função da televisão é apresentar os fatos, cabendo ao público julgá-los.
Gian - Mas o seu "patrão" tá agindo igual ao Nicolás Maduro que ele tanto critica, não acha?
Silvio - Não cabe a mim averiguar quem está por trás do cidadão.
Gian - Tá bom. Voltando ao assunto: você disse que o SBT passa por problemas financeiros, certo?
Silvio - Mas tenho de investir no parque industrial, na expansão da rede.
Gian - Como, se não tem verba suficiente pra isso?
Silvio - Não é bem assim.
Gian - Então, tá escondendo o jogo, né?
Silvio - Vou aplicar na expansão do SBT, principalmente no interior de São Paulo.
Gian - Mas você tem várias afiliadas no interior do estado, pretende investir nelas de que forma?
Silvio - Eu não tenho tempo para isso, pois faço meus programas e cuido pessoalmente de minhas empresas, até por uma questão de idade.
Gian - Ué... bom, mudando de assunto de novo. Como você se vê agora?
Silvio - Costumo dizer que, entre os empresários de televisão, eu sou o mais sacrificado.
Gian - Entendo, só levando paulada de todo lado pelas decisões precipitadas que toma, não?
Silvio - Não sei se essas histórias são verdadeiras.
Gian - Já que acha isso, uma última pergunta: se acaso o SBT realmente for à falência, alguém compra a emissora?
Silvio - Não sei. Acho que no fim ninguém compra.
Gian - Então tá. Muito obrigado pela sua atenção, Silvio.

E à sua também, meus amigos. Até a próxima, se Deus, nosso Criador, assim permitir. Até lá!

Comentários

  1. Teve outras entrevistas que o Abravanel concedeu depois dessa. A de 88 para o Jornal do Brasil e para a Folha de São Paulo (alegando que ia se aposentar por causa da voz, mas a vaidade lhe permitiu fazer tudo ao contrário), do ano 2000 também pela Veja (em que comenta que só venderia o SBT por U$ 2 bilhões) e a de 2001, 2002 mais ou menos, aquela para a Contigo! em que ele fez uma "pegadinha" pro repórter de lá e a mídia da época se entusiasmou de tal forma ao mesmo tempo em que "mordia a isca". Quanta contradição quando o culto a personalidade não tem cura, vira doença crônica. Só não tem jeito pra morte.

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  2. A da Contigo, como se diz aqui, foi "pá cabá co cheque do leite". Eu tenho ela inteirinha printada.

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